19 de abr. de 2009

Caganeira é uma merda!!!




É interessante como certas coisas em nossa vida são traumáticas. Na minha, especificamente, tem uma coisa que é extremamente desagradável e traumatizante: caganeira! É isso mesmo, quem nunca sentiu aquela dor de barriga no momento mais inusitado ou mais impróprio para acontecer, no qual o banheiro é sempre a coisa mais distante e difícil de achar? Pois é, sofri muito com essa coisa infame, da qual nenhum de nós, seja rico, pobre, negro, indígena, diretor de multinacional, está imune. Lembro-me da minha primeira, traumática, mas com um final feliz e que, por isso mesmo, partilharei com aqueles que tiverem acesso a esse relato.

Tudo começou da forma mais errada possível. Morava no subúrbio de Salvador e fazia um curso de inglês no bairro da Pituba. Para aqueles que não sabem, esse referido bairro é bastante distante de onde morava. Além disso, os ônibus para chegar a esse local eram poucos e não raro estavam sempre abarrotados de gente, sobretudo nos horários de pico. Pois bem, para completar meu infortúnio, acordei atrasado para aula. Corri e me arrumei em exatos 5 minutos (até hoje não sei como consegui tal façanha!!). Andei para o ponto de ônibus e, depois de uma espera de mais de 15 minutos, eis que chega o meu ônibus que, para variar, estava lotado. Sem titubear, entrei no referido buzu e fui me ajeitando para conseguir um local no corredor, em pé e com total desconforto. Como bem diz a Lei de Murphy, não há nenhuma situação que não possa piorar! Enfrentei um engarrafamento de mais de 50 minutos e quando já estava chegando ao meu destino, mais ou menos nas proximidades da Igreja de Brotas, surge aquela dor fina e inevitável. Pensei comigo mesmo "Vou segurar até chegar à escola". Ledo engano, a dor tendeu a piorar e comecei a suar frio, depois senti terríveis calafrios, seguidos de um desespero difícil de ser controlado. Entrei em pânico ao notar que deveria enfrentar, mais ou menos, uma andada de 5 metros entre as mais de 60 pessoas que se encontravam no ônibus. Para aqueles que nunca enfrentaram tal situação, sugiro nem pensarem como seria a coisa!!!! No desespero que me encontrava, acabei passando por todo mundo e pedindo ao motorista que parasse, pelo amor de Deus!!! Desci desesperado, sem rumo, sem saber o que fazer, só sentindo aquela dor fina e escabrosa!! Para minha sorte (ou azar, sei lá!!) deparei-me em frente de uma padaria e perguntei ao balconista: "Moço (a voz trêmula), onde tem um banheiro aqui?" E o cara com a voz mais solícita diz, "Pergunte aquele moço lá do outro lado!!!". Sem poder me mover direito (vocês devem imaginar o porquê, não é?!), fui falar com o referido moço e ele me repondeu que o banheiro ficava nos fundos da padaria. Pensei comigo: "Graças a Deus". Chegando ao referido local, deparo-me com uma visão do inferno: banheiro sujo, fedido, com as paredes pintadas de preto (ou sujas, não dava para perceber, pelo desespero em que me encontrava!!!) e uma lâmpada incadescente que pela sua posição ficava bem em cima da cabeça de quem estivesse sentado no vaso. Pensei comigo, "Em condições normais, nunca entraria aqui!!!!". Acontece que a minha situação estava longe de ser normal. Sentei e relaxei!!!!! Depois disso, agradeci aqueles moços que me ajudaram e segui para a aula de inglês, muito mais aliviado!!!

Pois é, esse relato foi motivado pela minha situação atual: na noite passada vivi um momento de rei, do trono para cama e da cama para o trono.
Fazer o quê? É a vida.
Fui.

Um comentário:

  1. Ah, quer dizer que vc também já vivenciou experiência tão alarmante, né? Eu que o diga, hein, Betão!!!
    Drika.

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